
Sabendo desse interesse, o Instituto de Pesquisa e Tratamento para Distúrbios do
Espectro Autista (TRIAD, na sigla em inglês) submeteu um grupo de 12 crianças de 3 a 5 anos a uma série de exercícios de atenção em uma sala com
televisores que exibiam desenhos animados. Metade dos participantes era
diagnosticado com TEA, enquanto os outros apresentavam um
desenvolvimento comum. A técnica foi chamada de arquitetura adaptável
mediada por robôs. Inicialmente, adultos apontavam animadamente para os vídeos e chamavam os pequenos voluntários a
olhar e fazer o mesmo. Nessa fase, os pacientes com autismo demonstraram dificuldade
de interagir com os instrutores e não seguiam às instruções tão bem quanto os
outros coleguinhas. Mas
tudo mudou quando os terapeutas saíram de cena e os robôs passaram a dar as
ordens.
Os resultados foram medidos por uma série de câmeras espalhadas pela sala, que detectavam a direção do olhar das crianças de acordo com o posicionamento de um conjunto de lâmpadas infravermelhas presas ao boné que elas usavam. Bastava o pequeno humanoide chamar o nome da criança para que ela olhasse interessada para a máquina. Reação percebida, por exemplo, em Aiden (foto acima), uma criança de 3 anos que participou do estudo. No caso, o robô conseguiu atrair a atenção tanto das crianças com aprendizado regular quanto das diagnosticadas com o distúrbio. Mas a diferença de comportamento entre os pacientes com o autismo foi tão grande que eles praticamente se nivelaram com o outro grupo em termos de atenção. “Demonstramos que, se as crianças estão mais interessadas no robô do que na terapia humana, então o robô pode ser capaz de usar essa relação para atividades benéficas”, conclui Nilanjan Sarkar, professor de engenharia mecânica da Universidade de Vanderbilt, nos EUA, e um dos autores do experimento.
Estes experimentos mostram que crianças autistas interagem muito bem com essas máquinas. Assim, os "amigos de lata" despontam como ferramenta estratégica para
reduzir principalmente a ansiedade dos pequenos. Os pesquisadores sugerem que a robótica humanoide, além de divertida, pode
facilitar o trabalho de professores e terapeutas, acelerando os efeitos positivos esperados no complexo
tratamento do transtorno do espectro autista (TEA).
O Brasil não fica atrás no uso dessa TA sofisticada. Na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), o robô Maria foi criado por um grupo de pesquisa para ajudar crianças
autistas. Equipada com monitor, alto-falantes, lasers e uma câmera, a máquina de pouco mais de um metro de altura, tem o objetivo de melhorar a resposta
cognitiva de meninos e meninas que apresentam a síndrome.
Segundo o
doutor de biotecnologia Teodiano Freire
Bastos Filho (camisa azul), coordenador da pesquisa da UFES: "Sabe-se que as pessoas com autismo tem
dificuldade de expressar emoções e interagir com pessoas, mas eles interagem
com mais facilidade com máquinas. A interação com o robô pode gerar uma melhora
na cognição que vai também ajudar na interação da criança autista com
humanos".
Em Recife (PE), a Prefeitura vem fazendo grandes investimentos em tecnologia voltada para a Educação. Na área de TA, além de garantir kits LEGO para 100 (CEM) unidades educacionais, adquiriu ainda 30 (TRINTA) robôs humanoides NAO. Estes serão utilizados em vários
projetos educacionais, dentre eles para auxiliar o desenvolvimento de alunos com
autismo. O vídeo abaixo mostra o anúncio oficial:
Abaixo, algumas fotos da primeira Formação Continuada sobre o robô humanoide NAO.
Professores de várias escolas da RMER
Centro de Formação Profº Paulo Freire
Interagindo com o robô NAO
Apresentação da equipe de formadores
Posando com o robô NAO
junto a equipe de formadoras
da ALDEBARAN-SOMAI
Referências e links relacionados:
BEZ, M. R. Recursos Tecnológicos de Apoio para TEA. Curso de AEE
- UFC. Disciplina: AEE E TGD. 2014.
Inglaterra:
Portugal:
http://pt.euronews.com/2014/01/22/rene-e-o-portugues-zeca-ajudam-criancas-com-autismo/?fb_action_ids=736498446375538&fb_action_types=og.likes&fb_ref=.UuBPCnHADmU.like&fb_source=other_multiline&action_object_map={%22736498446375538%22%3A704125302966269}&action_type_map={%22736498446375538%22%3A%22og.likes%22}&action_ref_map={%22736498446375538%22%3A%22.UuBPCnHADmU.like%22}
Espírito Santo
http://www.cbnfoz.com.br/editorial/brasil/piaui/16032014-108399-robo-criado-na-ufes-ajuda-criancas-com-autismo-a-se-comunicar
São Paulo:
Angelo, excelente este material. Conteúdo contemporâneo e muito significativo para nós, professores de AEE, e para os estudantes com ou sem deficiência.
ResponderExcluirMegabyte interessante!
Antecipamos nossos agradecimentos a todas as pessoas que deixarem registrado aqui neste espaço suas impressões, críticas e sugestões. Sabedoria se guarda. Conhecimento é para ser compartilhado com todos. Obrigado pela visita!
ResponderExcluirÂngelo,parabéns pela pesquisa;como já foi citado por você anteriormente,as crianças realmente são fascinadas pelos robôs e suas variadas ações.Fico feliz por esta ideia estar bem perto de nós, pois infelizmente ainda existe escolas e municípios muito carentes desses recursos.Excelente recurso,gostei muito.
ResponderExcluirÂngelo parabéns! Realmente as crianças de um modo geral ficam fascinadas pelos brinquedos eletrônicos, porém esse tipo de tecnologia ainda não se faz acessível a todos. Todavia, esse tipo de tecnologia poderá ser de fato uma forma de trabalhar a comunicação e a interação das crianças com comprometimento do TEA.
ResponderExcluirÂngelo,parabéns esta sua pesquisa foi de grande valor pois nos leva a perceber e encontrar um grande leque de oportunidades para o aprendizado das pessoas com TEA, infelizmente este tipo de tecnologia ainda não está disponível para todos.
ResponderExcluirOlá Ângelo!
ResponderExcluirSeu blog está muito rico em informações. Contudo, senti falta de outras informações necessárias à avaliação, como por exemplo, idade do/a estudante; local de utilização; indicação das intervenções do/a professor/a do AEE. Outra coisa, não esqueça de comentar o blog de dois outros/as colegas.
Abraços fraternais,
Waldenice
Cara Waldenice, vários países do chamado Primeiro Mundo estão pesquisando o uso de robôs humanóides com crianças autistas. Nos EUA, Conforme descrevemos, o TRIAD submeteu com sucesso um grupo de crianças de 3-5 anos a uma técnica chamada de "arquitetura adaptável mediada por robôs". Uma dessas crianças é Aiden (3 anos), que citamos no texto e ilustra a postagem. Outros países como Inglaterra e Portugal, conforme os links indicados, criaram inclusive seus próprios modelos de robôs. Dentro desse contexto, o Recife desponta como primeira capital brasileira a usar esta tecnologia de ponta em prol da Educação. Nosso atual Prefeito comprou 30 robôs humanóides (NAO) de uma empresa francesa. Tive a oportunidade de participar do primeiro curso sobre o NAO. De acordo com Cleoneide Brito, chefe da Divisão de Formação Continuada, está sendo discutido um plano de trabalho para capacitar todos os professores do AEE. Portanto, como os exemplos mostrados, estamos próximos de usar a alta tecnologia do NAO para atender as necessidades dos alunos com autismo da rede Municipal do Recife. Ah... observe que fui o segundo aluno da turma a comentar o blog de dois colegas!
ExcluirOlá Ângelo!
ResponderExcluirObrigada pelos esclarecimentos.
Abraços fraternais,
Waldenice
Parabéns Ângelo, adorei sua pesquisa é o que há de mais novo para auxiliar o aluno com TEA. Muito bom!
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