quinta-feira, 24 de julho de 2014

Reflexão sobre o modelo de AEE




O texto do pensador italiano Italo Calvino (1923-1985) “O modelo dos modelos” foi sugerido como uma espécie de mote inspirador. Como já se infere pelo título, o autor se refere a um modelo idealizado pelo personagem Sr. Palomar, o qual é pronto e perfeito, capaz de abarcar todas as necessidades humanas. Entretanto, ao deparar-se com a complexidade do mundo real, o mesmo não consegue levar adiante o seu plano idealizado.

Esta metáfora nos serve para pensar sobre a problemática do AEE, haja vista a impossibilidade de existir um modelo único capaz de atender não só as necessidades de cada um, como também aqueles que apresentam as mesmas características, pois cada ser humano é único.

Emerge dessa reflexão o fato de que o professor(a) do AEE não deve se prender a algum modelo, pois o seu norte são os interesses, as potencialidades e as necessidades específicas de cada um. Igualmente, são as condições e as possibilidades existentes nos contextos familiar, escolar e social. A pesquisa e análise desses fatores é que torna possível a construção do Plano Individual de AEE. A partir disso, é que são estabelecidas as estratégias metodológicas e pedagógicas necessárias a superação de qualquer tipo de barreiras, visando favorecer a aprendizagem e a autonomia do(a) estudante.

Portanto, não é recomendável pensar um modelo de AEE pronto e fechado como propôs o mencionado personagem. Ao contrário, este deverá estar livres de qualquer tipo de preconceitos tal como a famosa música “Metamorfose Ambulante” de Raul Seixas (1973).

REFERÊNCIAS

CALVINO, Italo. O modelo dos modelos. MEC-UFC, 2014.

INFOESCOLA. Italo Calvino – Biografias.
Acessado em: 24/07/14

ROPOLI, E. et al. A Educação Especial na Perspectiva da Educação Escolar - A escola comum inclusiva. Brasília: MEC/SEE/UFC, 2010.

SILVA, Dayse Mara Ramos da. UMA LEITURA DE PALOMAR, DE ITALO CALVINO. Dissertação - Deptº de Lingua e Literatura Italiana. São Paulo: USP,2008

sábado, 7 de junho de 2014

Robô humanoide ajuda crianças autistas

As crianças são fascinadas pelos robôs porque são máquinas capazes de fazer várias ações, como andar, gesticular, dançar, falar e cantar. Não é à toa que foram transformados em produtos de ficção científica, brinquedos e até mesmo eletrodomésticos. 

Sabendo desse interesse, o Instituto de Pesquisa e Tratamento para Distúrbios do Espectro Autista (TRIAD, na sigla em inglês) submeteu um grupo de 12 crianças de 3 a 5 anos a uma série de exercícios de atenção em uma sala com televisores que exibiam desenhos animados. Metade dos participantes era diagnosticado com TEA, enquanto os outros apresentavam um desenvolvimento comum. A técnica foi chamada de arquitetura adaptável mediada por robôs. Inicialmente, adultos apontavam animadamente para os vídeos e chamavam os pequenos voluntários a olhar e fazer o mesmo. Nessa fase, os pacientes com autismo demonstraram dificuldade de interagir com os instrutores e não seguiam às instruções tão bem quanto os outros coleguinhas. Mas tudo mudou quando os terapeutas saíram de cena e os robôs passaram a dar as ordens. 


Os resultados foram medidos por uma série de câmeras espalhadas pela sala, que detectavam a direção do olhar das crianças de acordo com o posicionamento de um conjunto de lâmpadas infravermelhas presas ao boné que elas usavam. Bastava o pequeno humanoide chamar o nome da criança para que ela olhasse interessada para a máquina. Reação percebida, por exemplo, em Aiden (foto acima), uma criança de 3 anos que participou do estudo. No caso, o robô conseguiu atrair a atenção tanto das crianças com aprendizado regular quanto das diagnosticadas com o distúrbio. Mas a diferença de comportamento entre os pacientes com o autismo foi tão grande que eles praticamente se nivelaram com o outro grupo em termos de atenção. “Demonstramos que, se as crianças estão mais interessadas no robô do que na terapia humana, então o robô pode ser capaz de usar essa relação para atividades benéficas”, conclui Nilanjan Sarkar, professor de engenharia mecânica da Universidade de Vanderbilt, nos EUA, e um dos autores do experimento.  

Noutro exemplo, uma escola britânica para crianças com autismo está usando um robô para ajudar no desenvolvimento dos alunos. Kaspar (ao lado) foi criado pelos engenheiros e cientistas da Universidade de Hertfordshire, no centro-oeste da Inglaterra. Segundo destacado pelos cientistas, ele tem  traços simples e usa frases repetitivas, características que agradam crianças com autismo. Nos últimos seis meses, desde que Kaspar começou a ser usado, os professores notaram uma melhora na forma como algumas das crianças se comunicam.


Estes experimentos mostram que crianças autistas interagem muito bem com essas máquinas. Assim, os "amigos de lata" despontam como ferramenta estratégica para reduzir principalmente a ansiedade dos pequenos. Os pesquisadores sugerem que a robótica humanoide, além de divertida, pode facilitar o trabalho de professores e terapeutas, acelerando os efeitos positivos esperados no complexo tratamento do transtorno do espectro autista (TEA).

O Brasil não fica atrás no uso dessa TA sofisticada. Na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), o robô Maria foi criado por um grupo de pesquisa para ajudar crianças autistas. Equipada com monitor, alto-falantes, lasers e uma câmera, a máquina de pouco mais de um metro de altura, tem o objetivo de melhorar a resposta cognitiva de  meninos e meninas que apresentam a síndrome.


Segundo o doutor de biotecnologia Teodiano Freire Bastos Filho (camisa azul), coordenador da pesquisa da UFES: "Sabe-se que as pessoas com autismo tem dificuldade de expressar emoções e interagir com pessoas, mas eles interagem com mais facilidade com máquinas. A interação com o robô pode gerar uma melhora na cognição que vai também ajudar na interação da criança autista com humanos".


 
Em Recife (PE), a Prefeitura vem fazendo grandes investimentos em tecnologia voltada para a Educação. Na área de TA, além de garantir kits LEGO para 100 (CEM) unidades educacionais, adquiriu ainda 30 (TRINTA) robôs humanoides NAO. Estes serão utilizados em vários projetos educacionais, dentre eles para auxiliar o desenvolvimento de alunos com autismo. O vídeo abaixo mostra o anúncio oficial:


Abaixo, algumas fotos da primeira Formação Continuada sobre o robô humanoide NAO.









 Professores de várias escolas da RMER
 Centro de Formação Profº Paulo Freire  
                                                                                                                                                                                                     






                                                                                                                                                              
Interagindo com o robô NAO                                                                                                                                                                                                                                    








Apresentação da equipe de formadores



                    





 

Posando com o robô NAO
junto a equipe de formadoras 
da ALDEBARAN-SOMAI







Referências e links relacionados:



BEZ, M. R. Recursos Tecnológicos de Apoio para TEA.  Curso de AEE - UFC. Disciplina: AEE E TGD. 2014.
 
Inglaterra:


Portugal: 
http://pt.euronews.com/2014/01/22/rene-e-o-portugues-zeca-ajudam-criancas-com-autismo/?fb_action_ids=736498446375538&fb_action_types=og.likes&fb_ref=.UuBPCnHADmU.like&fb_source=other_multiline&action_object_map={%22736498446375538%22%3A704125302966269}&action_type_map={%22736498446375538%22%3A%22og.likes%22}&action_ref_map={%22736498446375538%22%3A%22.UuBPCnHADmU.like%22}

Espírito Santo

http://www.cbnfoz.com.br/editorial/brasil/piaui/16032014-108399-robo-criado-na-ufes-ajuda-criancas-com-autismo-a-se-comunicar


São Paulo: